INCONSCIENTE E SUICIDIOS

RATTIN Enrique


Freud em 1920 esboca que a descoberta regular de desejos inconscientes no suicida nao é surpresa pra nós, o inconsciente de todos os vivos contém tais desejos. Embora os suicidios sofrem de uma lógica da decisäo, a palavra do psicoanalista pode incidir no dialetizacao da relacäo do sujeito (possível suicída) para o significante.
Os suicídios deveriam ser pensados na teoria freudiana do Edipo, porque o que se aparece na essëncia do ato suicida é a agressividade e a identificacao. Isto é compreendido porque a lógica interna do Edipo, contém uma representacäo intolerável de nossa própria morte (castracäo) e o amor-ódio para o outro.
Freud disse en 1920: " Realmente, para o enigma do suicídio a psicanálise nos trouxe esta clarificacäo; näo acha a energia psíquica para se matar quem su primeiro lugar, talvez näo mata um objeto ao mesmo tempo com que foi identificado, nem quem, em segundo lugar, näo devolve para si mesmo um desejo de morte que ia dirigido a outra pessoa". Isto significa que o edipo é uma articulacäo lógica do agresividade e da identificacäo para sua relacäo com o Falo.
Freud escreveu a Fliess (carta 64 )que os impulsos hostis para os pais (desejo que eles morram) säo um integrante da neurose. Isto se aparece conscientemente como representacäo obsessiva. Na paranóia correponde o mais insidioso no delírio de perseguicao (a desconfianca patológica de gobernantes e reis). Estes impulsos säo reprimidos no tempo em que aumenta a compaixäo para os pais: doenca, morte deles. É uma exteriorizacao da perda ,se fazer repreensöes pela sua morte (melancolia), ou ser castigado histericamente, por meio da idéia de retribuicäo, com os mesmos estados de doenca que eles tiveram. A identificacäo que acontece, é um modo de pensar e näo seria superfluo a procura da razäo". Este é o germe daquilo que Freud em Perda e melancolia (1917) diz sobre a melancolia, sendo essa sua contribuicäo maior para a interpretacäo do suicídio. Em troca, já em seu trabalho que intitulou Psicologia das massas e análise do ego, ele tinha falado em identificacäo como o modo mais primitivo do laco afetivo com um objeto. Por outro lado, escreveu sobre uma transformacäo regressiva que toma o lugar de un laco libidinal a um objeto para uma sorte de introjecao do objeto no ego.
Sem negligenciar a relacäo estreita entre identificacáo e desejo que nós näo deveríamos confundir, quando nós tentarmos interpretar o suicídio. No triangulacäo do edipo o objeto do desejo näo é o objeto da identificacäo. Como também a identificacáo e propiciatoria, o objeto sempre é objeto perdido, causa.
A saudacao que o sujeito faz a imagen do espelho, é o modo de identificacäo narcisista, mais com uma tendencia correlativa do agresividade, representado nos imagos do corpo fragmentado. É o tempo da estruturacäo do sujeito. O indivíduo humano, em uma relacäo erótica, fixo em uma imagem que o aliena, constituicäo paranoiaca do ego. Freud disse que a necessidade de participacáo de rivalidade entre os irmäos era a fundacäo da identificacäo para o totem paterno. Mas na identificacäo no edipo, o sujeito pode transcender a agresividade constituitiva da primeira individuacäo.
Lacan disse, em seu seminário "A lógica..." de 1967, que a repeticäo permite pör em correlacäo dois modos onde o sujeito pode aparecer diferente. O sujeito pode mostrar em sua determinacäo temporaria de corresponder aos dois estatutos definidos como aquele do ego da alienacáo e aquele que revela a posicäo do inconsciente em um psicanálise.
Lacan articula que a nível do esquema temporario, a passagem para o ato é o que é permitido na operacäo da alienacäo. Isto permite saber a relacäo que há entre alienacáo, passagem para o ato e suicidio, porque o outro termo impossivel a escolher na alternativa alienante corresponde ao acting-out.
Freud disse em seu artigo Consideracöes atuais sobre a guerra e a morte que nós achamos no inconsciente do homen civilizado as atitudes do homen primitivo e que o primeiro dever de todos os seres vivos é de apoiar a vida. A experiëncia de um psicanálise nos leva a notar que o movimento dialetico homicida-suicída é particularmente representável na inscricäo do parricidio. O que isso que o sujeito mata em seu pai? Porque nós sabemos que á morte do pai se aparece a lei.
Todos os grandes casos clínicos de Freud, com excecäo do caso do pequeño Hans, comtém uma referencia ao suicídio. Feito pela irmä do Homem dos lobos, intencäo de se afogar no banheiro por parte de Schreber, como impulsos obsessivos no Homem das ratos, na identificacäo parcial de Dora com seu pai, como a intencäo falha de Anna O. despois da morte de seu pai, e ultimamente como passagem para o ato por parte da jovem homosexual. Freud acha significacoes singulares mas nao universaliza uma teoria a partir de nenhum desses casos clinicos. Freud inclui o suicidio dentro dos Atos de termo erroneus em seu artigo Psychopathologie Alltagslebens (1901), mas ele nao organiza uma teoria no suicídio.
Identificacao histerica, identificacao melancólica, trieb de morte, parricidio, sadismo, agresividade, volta contra si mesmo, falha do instinto de conservacao ou castigo para culpa inconsciente, eles só podem ser sujeitados á análise da significacao singular.
A pratica ensina que a morte por suicidio pode ser nomeada tanto como passagem ao ato como acting-out. A estrutura da passagem para o ato como forma de suicídio é dominante na psicose mas nao exclusiva sendo o exemplo princeps a intencao da joven homosexual.
Freud em Perda e melancolia introduziu a oracao famosa: a sombra do objeto caiu no ego. Isto é interpretado como a passagem de uma relacao do ego e do objeto para a relacao do ego (transformados pelo ifentificacao ao objeto) e a instancia crítica. Lacan disse na classe de julho de 1963, que o objeto supera seu endereco e é o que triunfa. O objeto "a" habitualmente escondido atrás do i(a) do narcisismo. O objeto "a" escondido, desconhecido em sua essencia, é isso que o melancólico necessita para atravessar sua propria imagem, atacando isto para poder alcancar aquele objeto "a" que o trascende, cujo controle é escapado e sua caída dirigirá na precipitacao que é o suicidio. Lacan disse que o suicidio pela janela nao é casual, é o recurso a uma estrutura que acentua isso do fantasma.
O fantasma no neurótico e no perverso é um marco que pode ser corrido para onde o sujeito podese atirar, para aquele possível buraco devido ao efeito de soldadura entre sujeito y objeto. Um lugar de muita precaucao no curso de uma cura que o psicanalista tem que ocupar: o ato, acting-out a passagem para o ato ou o ato falido é parte da transferencia.
Eu acredito que a estrutura do sujeito é suicidaria. Os efeitos do significante no sujeito, seu afanisis para o efeito do desejo do Outro. O objeto da lógica freudiana surge da alternacao da presenca-ausencia significante do fort-da do jogo com o carretel, perda do estatuto do objeto natural para um estatuto real: a palabra como morte da coisa. Ë certo que no suicídio perdeu a vida, mas pelo tempo em que o sujeito é estruturado, o ato de Narciso dá a existencia. O primeiro significante o sujeito o reorta da Outro, das falhas do Outro para onde o desejo é introduzido. Ante a pregunta Che Vuoi? O sujeito oferece seu proprio desaparecimento como resposta, posicao suicidaria que submerge no desejo. E devido a isto que nós deveriamos pensar a insistencia das intencoes de suicídio daquele momento tao singular de revolta e de reordenar estrutural que nós sabemos com o nome de adolescencia.
Lacan, em 1958, em seu seminario As formacoes do inconsciente, lembrou a Freud que disse que além do princípio do prazer era a aspiracao ao reposo e a morte eterna. A resistencia de alguns sujeitos para se aproximar a sua história como sujeito, e querer deixar o jogo. Sujeitos nao desejados nao querem aquela cadeia significante dentro daqual eles nao foram admitidos. Reconhecimento de um desejo. Quanto mais o sujeito é afirmado com ajuda do significante, querendo sair, mais entra novamente, sendo integrado á cadeia significante ele fica mesmo um signo. Abolido e morto ele é um signo eterno para o outro e os suicídios mais que o outro. Eu concluo com duas citas de Lacan e Freud respectivamente. "O suicídio como beleza aterradora condenada pelos homens e contagioso que faz com que as epidimias de suicídios sao o que há mais de real da experiencia ". "Se voce quiser apoiar a vida, se prepare para a morte".

Montevideo, 2000-09-14

J.D.Jackson 1174 Apto. 1002
11300 Montevideo Uruguay
(05982) 4018995
e-mail erattin@adinet.com.uy